Poeta Fábio de Carvalho Multiartista Pernambucano

segunda-feira, 30 de junho de 2014

hora da dor / fábio de carvalho

hora da dor /  fábio de carvalho


Dois caminhos eu escolho para não ir.
O descaminho é a minha escolha.
Aclamo a aurora que chora orvalhos.
Os carvalhos me lembram meu nome,
mas não há árvore forte que não padeça.


O navio é a mais triste simbologia da despedida.
Mas existem despedidas que mais parecem velórios.
Pior do que se despedir é ir-se aos empurrões,
sem querer ir,
ir-se por causa da pior opção,
que fere o pau-ferro,
que aleija o coração...

Mereço a dor dos pecadores!
Decai sobre mim a angústia dominante.
Nada sana o vazio que me incompleta.
Mas a estas horas eu já estou transbordado de ondas idas...

A corrente é violenta.
Mas eu sempre volto com a onda que se renova.
Busco-me nesses mares que causam lágrimas.
Encontro-me na beira do mar,
sem saber onde estou,
ou porque fui parar lá...

Logo não sei para onde irei...

Cortês - Pernambuco

Segunda-feira, 30 de junho de 2014



quinta-feira, 5 de junho de 2014

entreposto / fábio de carvalho

entreposto / fábio de Carvalho


Existe um caminho.
Várias são as estradas,
que nos conduzem,
nos encaminha.
Há! As direções...
São como as correntes de águas contínuas
que nunca cessam
como o nascer do sol
em dia nublado.


Mas eu corro e piso leve
Nesse chão que me leva
E reproduz estes meus passos
não duradouros.
Não! Durará algum tempo...
Como o tempo que sempre existe.

Nestes caminhos eu me vejo.
Construo as minhas estradas.
Como o pensamento humano,
que ao fluir,
nos transporta para lugares desconhecidos
sem intenção,
mas como um poente qualquer, que se levanta e se deita
em horizonte contemplativo.
Não busco este horizonte,
Este caminho...
Eu sou este caminho,
este horizonte,
este entreposto humano
que liga o sonho
à realidade.

Cortês-PE, sexta-feira, 08 de novembro de 2012.


Foto: Fábio de Carvalho.