Poeta Fábio de Carvalho Multiartista Pernambucano

quinta-feira, 31 de maio de 2012

minha anulação / fábio de carvalho (23.05.2012)

"..sinto que se eu for de fato a anulação presente, serei menos, serei metade, não serei aquilo quem desejei ser". (Fábio de Carvalho)





minha anulação / fábio de carvalho

Talvez eu não saiba interpretar o que o tempo me omite.
A omissão do tempo é às vezes um exame de consciência.
Como as horas passam, eu fico a lembrar dos dias tão longos e perfeitos, pois são eles quem geram os meses e os anos...
A cada ano que passa a minha caminhada se adequa as minhas buscas.
Seja eu um passo final, o último, a reticência sem exagero.
Mas sinto que se eu for de fato a anulação presente, serei menos, serei metade, não serei aquilo que desejei ser.
São os retornos de mim que me fazem reencontrar comigo, porém, sem mim, eu permaneço enquanto não me ver no recomeço.
Talvez meu recomeço seja anulado.
As minhas imperfeições e medos me fazem crer que cada um possui as estradas por igual.
Percorri muito a esperar...
Esperei demais percorrendo...
Agora vou aguardar um novo caminho.
Guardarei para mim o agora duvidoso.
Preciso encontrar algum atalho...

"Como as horas passam, eu fico a lembrar dos dias tão longos e perfeitos, pois são eles quem geram os meses e os anos..."
Fábio de Carvalho

Cortês – Pernambuco, quarta-feira, 23 de maio de 2012.

longe de mim mesmo / fábio de carvalho (30.05.2012)



"Eu jamais soube que é mais fácil procurar objetos perdidos do que a alma da gente... Mesmo ela estando dentro de nós..."
                                                        (Fábio de Carvalho)










longe de mim mesmo / fábio de carvalho

Certa vez senti saudades de mim...
Foi triste!
Procurei me encontrar e vi que me perdi de mim por algum tempo.
Aprendi que às vezes as procuras são dolentes...
Sabe Deus aonde vamos para quando perdemos os caminhos de volta.
Até os atalhos que não são muitos, parecem esconderem-se de nós.
Eu jamais soube que é mais fácil procurar objetos perdidos do que a alma da gente... Mesmo ela estando dentro de nós...
Não se sabe por que, creio, mas sei que crer que um dia saberei me valerá muito.
Na distância de si se descobre tantas coisas...
...a importância de se encontrar...
...a dor de estar só...
...o desprendimento do mundo exterior com o interior...
Cada ilusão que surge possui a essência do dia que planejamos ver raiar;
Quem sabe se veremos o sol do dia que promete surgir?...
Estando só, perdido de si, se imagina algo que não se explica;
Tolhe-se, sangra-se, contamina-se, desilude-se, desespera-se, escasseia-se... 
Um turbilhão de descontentamentos que surge da alma e premeia-se no olhar vaga no contemplar de si mesmo ao ver-se que algo se perdeu em si e que encontra-se em si mesmo...
Talvez a busca incessante de si mesmo nos faça reconhecer que cada perca significa uma semente de luta, de busca, de esforço, de coragem que brota da esperança...
Acredito que todos nós devemos nos perder algum dia para saber decifrar os enigmas dos desencontros, descrever as emoções dos reencontros, e assim, poder mensurar a vagueza que um dia de chuva tempestuoso nos causa quando sentimos frio e não possuímos um cobertor, apenas a janela para, ansioso, esperar a chuva cessar e silenciar para um melhor refletir...
O meu desencontro me mostrou o medo que sentimos quando apertamos a mão da distância...
Quando apertei a mão do abismo do meu desencontro, pude perceber como é de valor a presença...
Seja ela qual for...
Toda presença me faz sentir confiança...
e...
...uma certeza que ela me traduz a voz que silencia na madrugada escura...
Mas que leva de mim o susto que me impossibilita de enxergar de olhos fechados a escuridão da mente que meus olhos produz...
Mas é assim...
Quando estou longe de mim mesmo sei que valerá...
Pois minha busca por mim mesmo se inicia sempre que sinto saudades de mim...

Cortês – Pernambuco, quarta-feira, 30 de maio de 2012.

domingo, 20 de maio de 2012

soneto sem título / fábio de carvalho (22.01.2012)

Minhas Artes




soneto sem título / fábio de Carvalho


"Quantos dias se passam...
quantas horas se vão...
quantos momentos se distanciam...
quantos minutos nas mãos...


Quantas maneiras para sorrir...
quantos tipos de felicidades...
quantas artimanhas para demolir
tudo que é maldade...


Nada sem propósito
Tudo com um desejo
para um dia alcançar...


...aquilo que nos faz mórbidos
em instante puro, tal ensejo
nos fará como ouro brilhar!


Cortês-Pernambuco, quarta-feira, 22 de janeiro de 2012.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

só hoje... depois de tudo / fábio de carvalho (17/05/2012)


"Certo dia eu tive que decidir qual caminho eu deveria seguir...
De tanto insistir com a pressa aprendi que o tempo ideal é quando o que se desejou, aconteceu..."
                                                                 Fábio de Carvalho




só hoje... depois de tudo / fábio de carvalho

Certo dia eu tive que decidir qual caminho eu deveria seguir...
Tive que rever muitos passos dados, adiar reencontros, enxugar lágrimas de saudades (...);
Nada me fazia querer tomar outra decisão. 
Tudo que me guiou durante muito tempo foi de água abaixo como a correnteza em fendas, contínua.
As coisas que desejei nunca me vieram de imediato, ou nunca vieram, algumas...
Tudo que conquistei me fora erguido no tempo que o destino achou por bem. 
A única saída que encontrei foi a de adiar planos, reviver situações...
Eu jamais pensei que esperar fosse tão doloroso e que nos amadurecesse tanto.
O amadurecimento da espera é talvez, uma espécie de experiência singular, que causa reações diversas em diversas pessoas.
De tanto querer ver o resultado me tornei ingênuo por longo tempo...
De tanto insistir com a pressa aprendi que o tempo ideal é quando o que se desejou, aconteceu. 
Só depois de tantas coisas;
Só após tantos acontecimentos, que antes eu acreditava serem reajustes do destino, vi que aquilo que nos sobra, falta no outro;
Que aquilo que nos faz sorrir tanto, faz ou falta para que a tristeza alheia passe...
Só agora posso reconhecer isto.
Depois de rever tantas decisões;
Depois de adiar tantos passos (...)
Depois de mudar tantos pontos de vista...
Só hoje...
Depois de tudo...

Cortês – Pernambuco, quinta-feira, 17 de maio de 2012.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

o retorno de mim / fábio de carvalho (16/05/2012)





o retorno de mim / fábio de carvalho

O passar de todos os dias me tem ensinado muito.
Eu tenho aprendido acerca do tempo...
Nesses dias, observando a mim mesmo, pude concluir que a cada passo a mais que damos sempre nos resta um passo a menos.
Vi que meu reflexo me transmite a incerteza do amanhã, ou do meu amanhã...
Sabendo disto, só agora vivo o meu presente como se o amanhã me fizesse uma promessa falsa.
Estando sempre em busca de cada certeza e incerteza, concluí que a certeza minha pode ser a incerteza do outro, e que a incerteza do hoje, poderá ser a certeza do amanhã de cada um de nós.
Os meus dias passados são passados.
A memória da saudade me faz querer acreditar que é possível se reviver o passado.
Sei que não!
Hoje sei que ninguém vive de lembranças ou de saudades...
As lembranças de saudades nos amadurecem e nos faz enxergar as coisas de uma maneira mais aguçada, mais humana.
Desde o dia em que eu vi que cada dia se pode construir algo novo, retornando pra si do passado para o presente, aprendi a lição do desencontro...
Muitas vezes eu senti minha falta.
Perdi-me de mim tantas vezes...
Como foi difícil me encontrar dentro de mim...
Mas agora eu me sinto, de fato...
Hoje sei onde estou.
Tudo isso aprendi e pretendo aprender com os meus dias.
Na desilusão dos caminhos se sofre muito...
Mas o melhor é que tudo se consuma com o tempo.
Essa lição eu aprendi quando me reencontrei...


Cortês – Pernambuco, quarta-feira, 16 de maio de 2012.

terça-feira, 15 de maio de 2012

olhar / fábio de carvalho (30/04/2012)




olhar / fábio de carvalho

Vemo-nos no reflexo
das coisas belas. Telvez
não vemos o que a nossa tez
... nos transmite. O olhar é complexo.

Caminhamos com os olhos distantes,
e miramos o olhar que compreende
não só luz, mas o que não acende
para enfim ver que nada é como antes.

Hoje vemos a petala verde
d'uma flor que baila com o vento
e destrai o casal que caminha...

Amanhã, mesma flor qu'enfim desde
alguns dias secou com o tempo
com'o olhar e o casal que o convinha...


Cortês-PE - segunda-feira, 30 de abril de 2012.

o nosso encontro / fábio de carvalho (15/05/2012)

"Quantas curvas fiz ao andar a tua procura!...
...Mas tudo só acontece no tempo mesmo..."



                        o nosso encontro / fábio de carvalho


Quantas curvas fiz ao andar a tua procura!...
Houveram momentos em que quase desisti de querer te rever; ver como estavas... 
São tantos anos, tantas lembranças...
Cada lembrança que guardo, sinto uma saudade por vezes desleal, mas que considero sagrada.
Muitas vezes, quando vi que me perdi, que nos perdemos, eu desanimava na tua procura.
Desde algum tempo me senti perdido de mim mesmo.
Resolvi não te procurar mais, ou por algum tempo, fingir que me esqueci de ti...
Mas quando os dias amanhecem sempre me vem na lembrança, o vazio de uma confusa saudade.
A esperança sobrevive como uma semente plantada, mas que adoece se não for compatível com o solo...
Minhas sementes são as lembranças...
Lembranças plantadas na mente e sentidas no coração.
Cada um sabe quando perdemos algo que antes tínhamos na própria certeza.
Cada qual percebe em si os labirintos indissolúveis e sem saídas.
Nessas minhas andanças nunca te encontrei...
Vi em um dia desses, que deves estar longe, que o destino te arrebatou das minhas estradas...
A minha busca nunca cessou.
É óbvio que não vai cessar.
E enquanto o nosso dia não acontecer, vou te reencontrando dentro de mim a cada amanhecer.
E mesmo assim, sei que mudando e revendo as coisas como elas se mostram ser, vou revendo meus pontos de vista.
Com ou sem o alcance dos meus olhos, vou observando, vou à procura...
O nosso encontro é já eterno, declaro...
Dizem que às vezes o tempo demora, e que nos faz esperar muito...
Mas tudo só acontece no tempo mesmo...

Cortês – Pernambuco, terça-feira, 15 de maio de 2012.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

voltar ao passado / fábio de carvalho (14/03/2012)



voltar ao passado / fábio de carvalho 


O tempo passou e logo pude compreender como as lembranças nos acorrentam.
Fui sonhador, desiludi-me, fui um buscador, um colecionador de angústias...
Logo, não tardou – pois o tempo acontece nele próprio  –, tive certeza de que os caminhos dão voltas e que por mais longas que sejam, as voltas se encontram.
Aniquilei boa parte da minha existência.
“__Fui refém do meu passado por muito tempo”, dizia para mim.
Pensei que estava liberto.
Mas como se eu não estivesse do que me fazia lembrar o passado, nós nos reencontramos...
E quando te vejo, vejo que quando vemos que o tempo passa, se repete quando lembramos.
É por encontros como este que me compreendo melhor.
Talvez os desencontros sejam menos dolorosos quando não nos lembrarmos deles com tristeza.
Mas só agora vejo isto;
Só quando sinto que será em vão chorar, pois já nos perdemos pra sempre...


Cortês – Pernambuco, segunda-feira, 14 de maio de 2012.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

deixa o tempo ser o tempo... / fábio de carvalho (1º/02/2012)



"Meu compromisso com a luz é algo muito maior.
A luz é o sinal maior do renascer das coisas.
Meu ideal, sem duvida, é contemplar a luz irradiando-a."
                                                                  Fábio de Carvalho




deixa o tempo ser o tempo... / fábio de carvalho

Ao me ver com olhos de um retardado fim de tarde,
Pude ver o lilás do sol ao se pôr.
Quase que não deu para encará-lo.
O sol é forte até na hora de dormir do lado de cá.
Meu sol não tem brilhado ultimamente como antes.
Possui um brilho fosco.
Até quem não é clarividente pode ver.
Meu compromisso com a luz é algo muito maior.
A luz é o sinal maior do renascer das coisas.
Meu ideal, sem duvida, é contemplar a luz irradiando-a.
__ Mas como? Pergunto-me!
Arrodeio os quarteirões da minha mente e não sinto o que deveria.
Nem tonturas...
Mesmo após dar várias voltas circunscrevendo aquilo que me tolhe.
Cada qual sabe a intensidade da luz que carrega.
Cada um compreende que a luz é renovação, algo sobrenatural...
Quem diria o contrário?
Creio que não dizem o contrário por medo de serem punidos com a escuridão da cegueira; se é que já não estão cegos...
Cegos são muitos por não enxergarem ao seu lado o óbolo minúsculo daqueles que lhe rodeiam.
Custa-me compreender isto também.
Sinto ainda as chagas das sequelas inimagináveis adquiridas nos corredores da morte instantânea... Após um sono de pesadelo...
Não me desprendo de tudo isso, pois sei que nada me fará liberto do que me aprisiona.
Após pensar muito, vejo-me uma estátua viva...
Uma espécie de peregrino sem rumo...
Uma pessoa que não encontra em si aquilo que o diferencia de si mesmo.
O clarão da noite me anuncia um novo recomeço.
A escuridão do dia me arrebata da luz vinda de mim próprio.
Meus olhos não brilham, a não ser que eu entre em um quarto escuro e ao olhar-me no espelho diga pra mim mesmo que algo nesse escuro me revigora.
Talvez seja a escuridão das minhas entranhas.
Já faz algum tempo que não encontro, por sinal, com o brilho dos meus sonhos.
Meus sonhos são como uma espécie de pesadelo.
Sinto-me um privilegiado por poder viver tudo isso, e reviver tais coisas quando escrevo.
Aprendi a escrever aos cinco anos...
Deve ser por tal fato que me sinto impulsivo pela escrita...
Mas de que valerá escrever coisas tão melancólicas se não me acho com o intuído de anexar meus desafetos às pessoas.
Sim! Pois alguém que ler tais lamentos sentir-se-á, brevemente e sem querer, triste também... [__Talvez!]
Não desejo que as pessoas sintam-se tristes ao lerem minha luz apagada.
O fato é que a minha aura já não brilha...
O que posso eu, fazer...(?)

Cortês - Pernambuco, quarta-feira, 1º de fevereiro de 2012.


restos / fábio de carvalho (29/09/2011)

Um Soneto Monossilábico...


restos... / fábio de carvalho


Dor...
Som!!!
Tom?
Cor...


Só...
Não!!!
São?
Dó...


Fui...
Vim...
Cá!


Foi...
Fim...
Lá.


Cortês - Pernambuco, 29 de setembro de 2011.            

segunda-feira, 7 de maio de 2012

casal colorido... / fábio de carvalho (07/05/2012)


casal colorido... / fábio de carvalho


Arcoíres de explendor...
São as cores desses olhares
Talvez não saiba, mas sei, tu sabes
que vale a pena todo amor...


Amor que abraça e desvanece
cada saudade que desgasta
o coração qu’em fim devasta,
Refaz o sonho, tudo aparece...


Luzes no escuro que alegra...
Sorriso belo que "segrega"
realizando sonhos lindos... 


...qu’enfim brotaram lá da alma
rasgand’os dias... escute a palma...
par’esses dois anjos bem vindos...




Cortês - Pernambuco, segunda-feira, 07 de maio de 2012.

sábado, 5 de maio de 2012

à direção da felicidade / fábio de carvalho (05/05/2012)




à direção da felicidade / fábio de carvalho

Sempre busquei atender às sugestões do meu interior de maneira plena...
Algumas vezes acordei no meio do meu sonho...
Quase me perdi nos pesadelos noturnos...
Muitas vezes meu espírito voltou às pressas para meu corpo...
Ao acordar senti o cheiro e o frio do lugar onde meu espírito me encontrava...
Minha sabedoria de Pajé me fez recordar a natureza como o pássaro recorda o seu primeiro voo...
Minhas mãos suadas secavam o suor da minha tez...
Cada gota de suor que se misturava com minhas lágrimas compunha uma nova chama de esperança...
Ao correr sem perceber meus pensamentos recordavam os sonhos de liberdade...
Meu espírito mais uma vez agia em mim, lembrando-me que os amanheceres são como o novo dia que carregamos...
Cada sinal de sabedoria que meu espírito me dava, eu acreditava que a felicidade me estava acompanhando...
Nos sonhos...
Nos pesadelos...
Em cada esperança que se aproximava de mim e me fazia enxergar a luz no escuro após os acordares em noites de dessabor...
Cada miragem dos sonhos se convertiam em realidade ao saber que o mesmo frio do sonho, se fazia presente comigo, ainda no meu corpo por alguns instantes...
...assim como aquela água que me banhei no rio da vida maior...
...ao acordar...
...ainda estava molhado...
Completamente...
Literalmente molhado...
...me banhei muitas vezes nas águas do além...
Sempre, ao acordar, meu braço varre os lados da cama em busca do cobertor para amparar o frio do corpo, por ter sido encharcado nas águas dos sonhos...
...dos sonhos reais para o nosso Espírito...


Cortês – Pernambuco, sábado, 05 de maio de 2012.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

olhar de firmamento / fábio de carvalho (04/05/2012)





olhar de firmanento / fábio de carvalho


Assim se fez ess’imenso Destino
Na dor que sucumbia olhares
Nos gestos qu’erguiam pesares
Fez-se o tempo tão longo em atino...


...ao que pra muitos era natural.
Atos tão distantes dos humanos
Subjugo, ditos, desumanos
devastando como um vendaval...


...parte imensa de muitas histórias
“como aquela dos olhos qu’afloram”
“luz estranha”, “azul” em sentido...


 ... que despert’esperança e memória
em olhares azuis que melhoram
nosso íntimo tão escondido.


Cortês- Pernambuco, Sexta-feira, 04 de maio de 2012.