Poeta Fábio de Carvalho Multiartista Pernambucano

quinta-feira, 10 de maio de 2012

deixa o tempo ser o tempo... / fábio de carvalho (1º/02/2012)



"Meu compromisso com a luz é algo muito maior.
A luz é o sinal maior do renascer das coisas.
Meu ideal, sem duvida, é contemplar a luz irradiando-a."
                                                                  Fábio de Carvalho




deixa o tempo ser o tempo... / fábio de carvalho

Ao me ver com olhos de um retardado fim de tarde,
Pude ver o lilás do sol ao se pôr.
Quase que não deu para encará-lo.
O sol é forte até na hora de dormir do lado de cá.
Meu sol não tem brilhado ultimamente como antes.
Possui um brilho fosco.
Até quem não é clarividente pode ver.
Meu compromisso com a luz é algo muito maior.
A luz é o sinal maior do renascer das coisas.
Meu ideal, sem duvida, é contemplar a luz irradiando-a.
__ Mas como? Pergunto-me!
Arrodeio os quarteirões da minha mente e não sinto o que deveria.
Nem tonturas...
Mesmo após dar várias voltas circunscrevendo aquilo que me tolhe.
Cada qual sabe a intensidade da luz que carrega.
Cada um compreende que a luz é renovação, algo sobrenatural...
Quem diria o contrário?
Creio que não dizem o contrário por medo de serem punidos com a escuridão da cegueira; se é que já não estão cegos...
Cegos são muitos por não enxergarem ao seu lado o óbolo minúsculo daqueles que lhe rodeiam.
Custa-me compreender isto também.
Sinto ainda as chagas das sequelas inimagináveis adquiridas nos corredores da morte instantânea... Após um sono de pesadelo...
Não me desprendo de tudo isso, pois sei que nada me fará liberto do que me aprisiona.
Após pensar muito, vejo-me uma estátua viva...
Uma espécie de peregrino sem rumo...
Uma pessoa que não encontra em si aquilo que o diferencia de si mesmo.
O clarão da noite me anuncia um novo recomeço.
A escuridão do dia me arrebata da luz vinda de mim próprio.
Meus olhos não brilham, a não ser que eu entre em um quarto escuro e ao olhar-me no espelho diga pra mim mesmo que algo nesse escuro me revigora.
Talvez seja a escuridão das minhas entranhas.
Já faz algum tempo que não encontro, por sinal, com o brilho dos meus sonhos.
Meus sonhos são como uma espécie de pesadelo.
Sinto-me um privilegiado por poder viver tudo isso, e reviver tais coisas quando escrevo.
Aprendi a escrever aos cinco anos...
Deve ser por tal fato que me sinto impulsivo pela escrita...
Mas de que valerá escrever coisas tão melancólicas se não me acho com o intuído de anexar meus desafetos às pessoas.
Sim! Pois alguém que ler tais lamentos sentir-se-á, brevemente e sem querer, triste também... [__Talvez!]
Não desejo que as pessoas sintam-se tristes ao lerem minha luz apagada.
O fato é que a minha aura já não brilha...
O que posso eu, fazer...(?)

Cortês - Pernambuco, quarta-feira, 1º de fevereiro de 2012.


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