Poeta Fábio de Carvalho Multiartista Pernambucano

domingo, 2 de setembro de 2012

construindo e reconstruindo / fábio de carvalho


Meu lar original. 
Casa de Tia Irene Carvalho (*1º.05.1918/+16.05.2008) onde residimos e onde permaneço. 

construindo e reconstruindo / fábio de carvalho

Pela visão da casa, a velha-nova casa que por muitos anos residi com minha amada tia Irene Carvalho, reconstruo um passado zeloso, onde por vezes, comparo a evolução das coisas com a diferença notória do ambiente. Reconheço que cada época merece o ritmo natural baseado no percurso traçado, contudo, aceito a história mais remota de minha época com minha segunda mãe, época onde me desvelei com o modelo invejoso de criação, visto que por naturalidade individual que era da alma de minha conselheira, adquiri muitos traços genéticos internos, haja vista, sendo sessenta e seis anos mais velha do que eu, idade que jamais pré-julguei tradicional, demonstrava em conversas aconselhadoras sua maturidade moderna e pós-moderna. Boa parte da minha formação resume-se aos momentos vividos à Avenida São Francisco. Desde menino, me vi preso àquela “velha” de uma maneira mui especial. Quando se veste uma roupa apertada logo se nota a diferença, pois era assim que eu me sentia quando não fazia uma visita a minha amada e singular tia... Mudei-me! Fui morar com ela; dei-me conta de que deveria escrever boa parte da minha história ao lado da mãe adotiva de não sei quantos sobrinhos. Fui mais um. Acredito que, sendo eu o ultimo a ir morar com ela por livre e espontânea vontade, ocupei o lugar de décimo oitavo. Assim fiz, e, não me arrependendo de minha decisão, hoje me encontro no recinto da minha infância. Casa modificada é bem verdade, mas não há acordo nenhum para apagar as lembranças vividas neste lar. Algumas posso afirmar, que são revividas, talvez por muitas vezes, observar a posição dos quartos, o quintal que ainda possui uma percentual originalidade, e os vizinhos dos dois lados... A época mudou. Muito suor derramado para reconstruir um novo lar no lar original. 

“Incrível a asa do tempo, que afasta de nós o que mais amamos. Porém, mais incrível é a asa da saudade, que conserva na memória os passos de outrora que explicam nosso presente”.

Saudade inexplicável...


Cortês-Pernambuco.
Domingo,18 de Janeiro de 2009.

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