Poeta Fábio de Carvalho Multiartista Pernambucano

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

a razão que me alimenta / fábio de carvalho





a razão que me alimenta / fábio de carvalho


Logo compreendo que não sinto necessidade de ignorar as pedras.
Os tropeços nos são necessários para sentir a suavidade do chão.
A nossa alegria se desvanece sem ideal nem compromisso.
Meu sossego é como uma folha que corre chão a fora sem que ninguém perceba.
Sei que nos caminhos veremos pedras, folhas secas...
Sei também que não necessito observá-las como deficiências naturais ou devaneios imaginários.
Cada passo que se dá se espera o próximo, mesmo que existam pedras ou penhascos.

Eu me desencontro sempre que escuto a sonoridade da natureza.
Penso que estou só no meio das folhagens, dos abacateiros, ouvindo cigarras cantarolando...
...ou vindo garras dos animais humanos ao meu encontro.

Sinto que pelo caminho hei de compreender tudo sem que a razão me explique.
Minha razão é de pedra, de gás, de sonho, de neve...
Minha razão é temporária como os dias que vem e se despedem...

Os dias sempre se despedem sem que percebamos.
Um dia nos despediremos dos dias...

...também...


Cortês - Pernambuco
Segunda-feira, 20 de agosto de 2012.


Nenhum comentário:

Postar um comentário