gosto de vida / fábio de carvalho
O gosto da areia não tem gosto.
Sabe lá o porquê de tanto arranhar em nosso paladar.
Não tinha costume de provar o gosto de pedras, terra, barro...
Fui me acostumando para assim, poder sentir a realidade das coisas.
Nunca pensei que dentro do mar existisse água doce.
Eu pensava ingenuamente, pois como eu não sabia, compreendo que não estava errado, sabia que pensava certo, pois o certo para nós, é aquilo que temos conhecimento. Se eu não possuía a informação correta, o correto para mim era aquilo que eu compreendia ingenuamente.
Fui até a beira da praia para degustar o sabor de uma aurora nebulosa.
Eu não sabia que a neblina das montanhas não tinha gosto de gás...
Sabe Deus o gosto daquela nevoa natural, daquelas cortinas que agasalham as matas e escondem os bichos dos seus predadores.
Como eu não sou um descobridor, um interprete nem um vasculhador enigmático, buscarei apenas compreender sobre a minha ótica, pois assim, não tentarei encarar o sol para que seus raios não cegue os meus olhos com sua luz que nos ajuda a enxergar...
Conheço meus limites...
Cortês - Pernambuco
Domingo, 12 de agosto de 2012.
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