Poeta Fábio de Carvalho Multiartista Pernambucano

sábado, 10 de março de 2012

saudade terna / fábio de carvalho (16/07/2009)


 ...'Escrevestes o que fora escrito na aurora da tua vida.
O despertar dos teus primeiros sorrisos...
 No brilho dos teus olhos juvenis'...

Fábio de Carvalho


saudade terna... / fábio de carvalho

__Não compreendeste! Não...
Rompeste o laço quase eternizado
Demonstrasse o que minha alma duvidava
ou não queria enxergar.
Duvidar seria ingenuidade, talvez!
A crença, eventualmente, uma imaturidade...
...sem uma natural aliança;
Desventura era a última hipótese...
A presença, a primeira de todas.

Buscastes o que todo mundo busca;
Deixas para traz uma vida fictícia...
De ilusões que alimentava-nos,
alegrava-nos...
Escrevestes o que fora escrito na aurora da tua vida.
o despertar do teus primeiros sorrisos...
No brilho dos teus olhos juvenis...
No tocar das mãos suaves...
Na ilusão do pensamento iluminado.

Resolveste ir...
Concretamente!
Além dos desconcertos, surpresa;
Libero-te!
Buscas teu amanhã, é fato!
Quero ver-te um dia...
E temo não suportar
Imagino a chama reacendendo no futuro,
quando ver-te... feliz!
Temo isto!

Reservo sempre um minuto do meu dia
Um minuto que se sobrepõe há uma dúzia de horas
E ao pensar, lembrar da dita saudade
Como um ponteiro de relógio que me avisa
Em hora casual
Que teu despedir...
...despertou cegamente o que de fato nos aflige.

Confundo-me, às vezes, com o que se foi...
É bem verdade!
"Eu me foi primeiro..."
E como uma folha caída no chão
empurrada aos poucos pelo vento,
indo leve, silenciosa
manchando e aromatizando por onde passa
confronta-me como um acelerar igual...
Ao cruzar olhares,
relembrar situações,
inquietar-se, chorar...
sorrir, ouvir-se no próprio silêncio, olhar ao céu!

E na incerteza do amanhã
Concluímos que somos apenas "um"
Distantes um do outro
Sentindo saudades
Apenas questionando o destino
"Com a semente guardada"
"Com um segredo que sangra"
"Com uma saudade terna".

Cortês - Pernambuco, quinta-feira, 16 de julho de 2009.

2 comentários:

  1. Dio mio!Deixa-me sem ar...Lindo,terno,suave,tão sincero que pude sentir a saudade,a ausência,mas fica a duvida se o ser ausente é real ou o ser sonhado,esperado, etéreo...E isso é inquietante!
    Contudo a saudade é real,a presença de ontem é real,a dor da despedida consentida é real.Mais uma vez parabenizo-te Fabio,me encanta sua poesia.obrigada por partilhar seus sentimentos comigo!

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  2. De fato Cláudia! Fico eio que desconectado ao ler este poema que, por sinal, de tema eterno; A "saudade"! Remédio e veneno ao mesmo tempo...Obrigado pelo comentário sincero!

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