Poeta Fábio de Carvalho Multiartista Pernambucano

quinta-feira, 31 de maio de 2012

longe de mim mesmo / fábio de carvalho (30.05.2012)



"Eu jamais soube que é mais fácil procurar objetos perdidos do que a alma da gente... Mesmo ela estando dentro de nós..."
                                                        (Fábio de Carvalho)










longe de mim mesmo / fábio de carvalho

Certa vez senti saudades de mim...
Foi triste!
Procurei me encontrar e vi que me perdi de mim por algum tempo.
Aprendi que às vezes as procuras são dolentes...
Sabe Deus aonde vamos para quando perdemos os caminhos de volta.
Até os atalhos que não são muitos, parecem esconderem-se de nós.
Eu jamais soube que é mais fácil procurar objetos perdidos do que a alma da gente... Mesmo ela estando dentro de nós...
Não se sabe por que, creio, mas sei que crer que um dia saberei me valerá muito.
Na distância de si se descobre tantas coisas...
...a importância de se encontrar...
...a dor de estar só...
...o desprendimento do mundo exterior com o interior...
Cada ilusão que surge possui a essência do dia que planejamos ver raiar;
Quem sabe se veremos o sol do dia que promete surgir?...
Estando só, perdido de si, se imagina algo que não se explica;
Tolhe-se, sangra-se, contamina-se, desilude-se, desespera-se, escasseia-se... 
Um turbilhão de descontentamentos que surge da alma e premeia-se no olhar vaga no contemplar de si mesmo ao ver-se que algo se perdeu em si e que encontra-se em si mesmo...
Talvez a busca incessante de si mesmo nos faça reconhecer que cada perca significa uma semente de luta, de busca, de esforço, de coragem que brota da esperança...
Acredito que todos nós devemos nos perder algum dia para saber decifrar os enigmas dos desencontros, descrever as emoções dos reencontros, e assim, poder mensurar a vagueza que um dia de chuva tempestuoso nos causa quando sentimos frio e não possuímos um cobertor, apenas a janela para, ansioso, esperar a chuva cessar e silenciar para um melhor refletir...
O meu desencontro me mostrou o medo que sentimos quando apertamos a mão da distância...
Quando apertei a mão do abismo do meu desencontro, pude perceber como é de valor a presença...
Seja ela qual for...
Toda presença me faz sentir confiança...
e...
...uma certeza que ela me traduz a voz que silencia na madrugada escura...
Mas que leva de mim o susto que me impossibilita de enxergar de olhos fechados a escuridão da mente que meus olhos produz...
Mas é assim...
Quando estou longe de mim mesmo sei que valerá...
Pois minha busca por mim mesmo se inicia sempre que sinto saudades de mim...

Cortês – Pernambuco, quarta-feira, 30 de maio de 2012.

2 comentários:

  1. Parabéns novamenteFábio!Realmente a pior solidão é quando nos perdemos de nós mesmos,e sempre fazemos isso...Por medo da solidão mesmo,nos perdemos pelos outros,a espera do reconhecimento,da luz que nos guiará,sem perceber que falta a nossa própria luz a nos orientar.Nascemos pra viver em grupo,para nos relacionar,para amar,mas antes nascemos para conduzir a nos mesmos ao destino que escolhemos.Você está no caminho certo!Rendo-te letras Fábio!Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. É muito bom poder ler asobservações que fazes, Claudia, poetisa dos sentimentos incomuns da alma e da métrica perfeita... Fico eternamente grato pela atenção que prestas às minhas semente literárias... Satisfação imensa poder ler o que extrais dos meus escritos. Um abraço de paz para você... (Fábio de Carvalho)

    ResponderExcluir